HISTÓRIA DO PUG
Veja aqui a História do Pug Negro
As teorias acerca da origem do Pug suscitaram grandes debates ao longo dos anos.
Alguns defendiam que a raça é originária do Oriente, enquanto outros defendiam que foi na Europa.
Actualmente, aceita-se maioritariamente, que o Pug teve a sua origem na China, de onde passou ao Japão, e mais tarde, à Europa. É também bastante provável que o “achatado” Pug, cruzado com outras raças europeias dolicocéfalas (de crânio largo), seja antepassado de muitas outras raças braquicéfalas (de crânio redondo).
Na China existe há muito tempo, uma raça canina chamada Happa (ou Ha--Pa), que é semelhante a um Pequinês com o pêlo liso. De facto, muita gente crê que o Happa poderia ser o antepassado do Pug.
Os Pugs eram conhecidos na China pelo nome de Lo-sze, ainda que tenham sido conhecidos em tempos tão remotos como o ano 1115 a. C., não existem provas da sua existência até ao ano 663 a. C.
No início do século XX, foi editado um livro chamado "Cães da China e Japão". Este livro foi baseado na experiência de Wang Hou Chun, um empregado do Palácio Imperial, que criou e trabalhou com os cães do imperador durante setenta e cinco anos. Usou o termo Lo-Sze para descrever o Pug, observando que as diferenças entre o Pug e o Pequinês, eram que o Pug tinha sempre pelagem curta e pele muito solta e elástica.
Por causa da pelagem curta, as rugas da testa dos Pugs eram mais visíveis e os chineses procuravam sempre rugas em determinados padrões similares aos símbolos do alfabeto chinês. O símbolo considerado mais importante, que era mais procurado, era as três rugas que, juntas, representavam a palavra "príncipe" em chinês.
Muitos Pugs orientais apresentavam manchas brancas na pelagem e alguns eram quase inteiramente brancos. No final do século XIX foram registados Pugs brancos e manchados de branco na Europa, mas estas características foram gradativamente eliminadas por acasalamentos selectivos.
No ano 732 d.C. lemos acerca da existência de um cão pequeno chamado cão Suchuan Pai, que foi enviado juntamente com outros presentes, da Coreia para o Japão.
O NOME “PUG”
A Palavra “Pai” foi utilizada para designar este tipo de cão e é provável que aos ouvidos europeus, este nome fosse parecido com o que se utiliza actualmente no Ocidente – Pug.
Em 1731, definia-se a palavra “Pug” como alcunha de um macaco ou um cão.
Os Títis eram mascotes populares nessa época e é provável que o focinho achatado do Pug tivesse feito com que partilhassem esse nome.
Outra possibilidade é o nome derivar da palavra latina “pugnus”, que significa punho, já que havia pessoas que achavam que o focinho do Pug se parecia com um punho cerrado.
A palavra Pug ou “pugge” era também uma expressão carinhosa, ainda que também pudesse derivar de “puck”, o que invoca imagens shakesperianas de um focinho maroto.
Nalguns países europeus, o Pug foi sempre conhecido com o nome “Mops”, que deriva da palavra holandesa “mopshund”. O verbo mopperen significa “resmungar” e pode ter sido que o nome “Mops” se tivesse começado a utilizar devido ao aspecto enrugado e ao focinho achatado.
Em França o nome utilizado foi “Carlin”, em honra de um conhecido actor do séc. XVIII, famoso pelo papel que desempenhou como Arlequim.
Acredita-se que em França se utilizou e continua a utilizar-se o nome “Carlin”, devido à máscara negra desta raça.
O PUG NA CHINA
Os cães eram frequentemente tratados quase como membros da realeza e a alguns eram atribuídos títulos. Eram zelosamente vigiados e muitos dispunham de serviçais que os cuidavam e procuravam que dispusessem de todas a comodidades.
Por isso, o Pug pertencia ao círculo da Corte e a membros das classes governantes e, frequentemente, estes cães eram tratados como objectos preciosos.
O Pug disfrutou de uma grande popularidade na China, pelo menos, até ao séc. XII. No entanto, a partir daí, o interesse pareceu decrescer e existem poucas referências acerca desta raça até início do séc. XVI.
O PUG CHEGA AO OCIDENTE
Actualmente, aceita-se de um modo geral, que o Pug teve a sua origem no Oriente e que acabou por chegar à Europa. Era muito semelhante à raça que conhecemos hoje em dia. Muita gente acreditava que o Pug procedia das raças tipo Mastiff, com antepassados tais como os cães da antiga Grécia. Certamente, na Europa, deram-se alguns cruzamentos extraordinários, em tempos, com Bulldog , entre outros, mas na China o objectivo era claramente, criar cães tão fiéis ao tipo quanto possível. São estes cães que formaram uma base firme para o Pug actual.
Antes de chegar ao Ocidente, o Pug era popular em toda a Ásia e ao que parece, chegou à Europa passando pela Rússia. Diz-se que a Czarina Catarina, a Grande da Rússia tinha um grande número de Pugs e de papagaios na mesma habitação.
O que é igualmente fascinante é a imagem que podemos ter ao saber que vários destes cães, acompanhavam sempre a Czarina à Igreja.
O Pug esteve muito relacionado com a Holanda, já que foi muito popular nesse país e ao princípio eram chamados “Mastiff Holandeses”. Este nome podia explicar a confusão que surgiu acerca da origem da raça.
Os Pug holandeses estavam, certamente, destinados a ter uma grande influência na sua difusão por toda a Europa.
A Companhia Holandesa das Índias Orientais teve um papel muito importante no comércio com o Oriente. Está claro que em muitas das viagens de volta dos barcos, trouxeram-se tanto Pug como Pequineses, como carga preciosa.
Diz-se que um Pug salvou a vida de Guillermo I de Nassau (chamado o Taciturno), quando em Hermigny, por volta de 1572, este rei se deparou com um ataque surpresa das tropas espanholas. Quando o Pug escutou o rumor das tropas, fez muito alarido, raspando e chamando a atenção, saltando para cima do monarca para o despertar. A partir daí, Guillermo I sempre teve cães deste tipo, e como consequência, os Pug foram a raça favorita na corte holandesa.
O PUG CHEGA À INGLATERRA
Um neto de Guillermo I de Nassau era Guillermo de Orange e chegou à Inglaterra com sua mulher Maria, em 1688, para ocupar o trono inglês. Juntamente com o casal vieram muitos Pug. Cada um levava um laço laranja em torno do seu pescoço para denotar que pertenciam à Casa Real de Orange.
Esta raça rapidamente encontrou aceitação em Inglaterra, onde foi conhecida como o Pug holandês, ainda que mais tarde o nome utilizado com maior frequência foi o de Pug ou Pug-Dog, isto é, “coisa diminuta” ou “cão diminuto”.
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O declínio do Pug não passou despercebido de forma alguma pelo escritorTaplin, que escreveu acerca desta raça: «...não é útil para praticar nenhum tipo de desporto, nem apropriado para nada útil, susceptível a não ter paixões dominantes...».
Estes comentários não serviram com toda a certeza, para potenciar a popularidade desta raça que foi conhecida, com grande rapidez e bastante depreciação, como “cães para senhoras mais velhas”.
Mas ao Pug não faltou apreço por muito tempo, graças em parte, à rainha Victória, que era grande apaixonada dos cães e que tinha Pug, além de cães de muitas outras raças. É provável que os seus primeiros Pug lhe tenham sido entregues por parentes de familiares reais da Europa continental.
O príncipe de Gales deu de presente um Pug chamado Bully à sua esposa, a rainha Alexandra, antes de partir para uma viagem pela Índia. Supostamente, a rainha Alexandra também era muito conhecida pela sua dedicação e paixão por cães e mostrou grande interesse pelos certames caninos de beleza, actividade crescentemente popular, especialmente entre os proprietários de Pug.
Existiam duas linhas ou estirpes principais na Grã-Bretanha nas primeiras décadas do século XIX (1846).
- Um taberneiro chamado Mr. Morrison criou Pug em Waltham Green, de cores mais claras (apricot), como o apricot-fawn, com pelagem mesclada com fios castanhos em vez de pretos e cães mais fortes e compactos, mais semelhantes com o estalão actual da raça. Os Pug “Punch” e “Tetty” foram os mais importantes desta linhagem.
- Lord e Lady Willoughby d’Eresby utilizaram exemplares importados para melhorar o tipo. São responsáveis pela pelagem mesclada com fios pretos, que os fawns (dourados) mais escuros apresentam hoje e também pelo corpo mais esguio e pernas mais longas. Os Pugs "Mops" e "Nell" foram os mais importantes desta linhagem.
Existem algumas conjecturas sobre se os d’Eresby obtiveram dois Pug através de um russo ou se fizeram com um exemplar de uma condessa húngara que vivia em Viena. De qualquer forma, os Pug de Morrison desempenharam um importante papel no desenvolvimento desta raça na Grã-Bretanha, nos seus primeiros tempos.
Desconfia-se que os cães do criador Willoughby procediam directamente da criação real da rainha Carlota.
Com o tempo, as duas linhas uniram-se e assim, até certo ponto, perderam a sua individualidade, ainda que hoje em dia estas características aparecem de vez em quando.
Ainda hoje, na Europa, é costume a referência a cães do tipo "Willoughby", se a pelagem for escura e a estrutura mais esguia ou "Morrison", se a pelagem for mais clara e a estrutura mais forte e compacta.
O maior desenvolvimento na raça ocorreu quando, em 1868, dois Pugs de linhagens chinesas puras, provenientes do palácio do imperador em Pequim, chegaram à Inglaterra. Estes dois cães, "Lamb" e "Moss", produziram um filho chamado "Click", que foi fundamental no desenvolvimento da raça moderna, pois introduziu características que, associadas à combinação das linhagens Willoughby e Morrison, resultaram no desenvolvimento das características fenotípicas actuais da raça.
O PUG NA AMÉRICA
Nos E.U.A. a inscrição do Pug foi aceite no livro de origens genealógico do American Kennel Club, em 1885. Aí, como noutros países, encontrava-se classificado no grupo dos cães miniatura. Para o FCI esta raça faz parte do grupo dos cães de companhia.
A raça torna-se popular como mascote nos Estados Unidos, onde também sobressaiu nos ringues das exposições caninas de beleza.
Em 1981, o Ch. Dhandys Favorite Woodchuck (propriedade de Robert ª Hauslohner) foi o primeiro exemplar a ganhar o prémio do Melhor da Exposição no certame canino de beleza do Westminster Kennel Club. até à data este foi o único Pug a conseguir este grande triunfo.
A popularidade do Pug continua a crescer por todo o mundo e existem exemplares de qualidade na maioria dos países onde se criam e se exibem cães nos certames caninos de beleza.